Por Redactie Portugees Redactie  Portugees (Foto: ANP) 
Cristãos  em países islâmicos estão num  fogo cruzado: são vistos como  ‘cúmplices’ do Ocidente, mas o mesmo Ocidente os  ignora. Políticos e  ativistas discutem sobre a questão se cristãos perseguidos  deveriam ser  beneficiados com atenção especial.
Por Jannie Schipper
A  egípcia Maria (seu sobrenome não é citado por  questão de segurança)  fugiu anos atrás do Egito. Para cristãos egípcios, o país  está cada vez  mais perigoso, ela diz.
“Algumas  pessoas dizem: se vocês não são  muçulmanos, têm que ir para o Canadá,  Estados Unidos ou Europa. Mas os coptas  consideram o Egito a sua  pátria. Eles não têm outro país, vivem lá já há muito  tempo.”
Países islâmicos
A  cientista política holandesa Hala Naoum  Nehme, que tem origem síria,  não se surpreende com o fato de que entre os dez  países onde os  cristãos mais são perseguidos estão sete países islâmicos. Nehme  acusa a  política e a mídia holandesas de desviar a vista sempre que se trata de   cristãos em países islâmicos. A situação, segundo ela, piorou desde o  início do  século 21.
“O ponto  mais baixo ocorreu após os atentados  de 2001, quando o ex-presidente  dos EUA George Bush declarou pela televisão a  ‘gerra contra o terror’.  Uma cruzada do Ocidente contra os países islâmicos.  Desde então os  cristãos são novamente vistos como descendentes do Ocidente  cristão,  cúmplices do Ocidente. É claramente dito a eles: vocês não são mais   bem-vindos.”
A revista de opinião  ‘Middle East Quartely’  previu já em 2001 que o número de cristãos no  Oriente Médio em 2025 teria  diminuído de doze para cinco milhões. A  diminuição vem em parte pelas baixas  taxas de natalidade, mas  principalmente por causa da emigração. Este êxodo ainda  pode ser  intensificado com as revoltas nos países árabes, que parecem estreitar   ainda mais a posição dos cristãos.”
Sem grupos  separados
Mas  é necessário dar tanto destaque à situação  das minorias cristãs? Frans  Timmermans, parlamentar do partido social-democrata  PvdA, questionou  isso durante um debate sobre direitos humanos no parlamento  holandês.
“Há  mais minorias religiosas do que as cristãs,  e posso lhes assegurar que  dar muito destaque apenas para a posição dos cristãos  não será visto  com bons olhos. Eles se tornariam alvos de pessoas que afirmam  que nós  temos dois pesos e duas medidas na política de direitos humanos. Há   cristãos que dizem: tenham cuidado em nos dar muita atenção, pois isso  pode nos  tornar vulneráveis em algumas situações.”
A  cientista política Hala Naoum Nehme acha que  a preocupação de ser  julgado por dois pesos, duas medidas não faz sentido. Os  cristãos estão  sob a lupa no Oriente Médio e jamais deixarão de estar. E “porque  a  civilização ocidental até agora é a única na história da humanidade que   defende os direitos humanos e porque os direitos humanos são uma  invenção  ocidental” ela considera “mais que normal” que o Ocidente  assuma sua  responsabilidade e defenda os cristãos no Oriente Médio.  “Assim como também  defende os curdos não-cristãos e os palestinos  não-cristãos.”
Fonte: A Grande Controvérsia 

 
 
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